A internet definitivamente é um veículo de alcance incomensurável e sendo usado da forma correta trará uma grande contribuição a promoção e conscientização dos seguidores de Umbanda. Porém infelizmente são tantos os canais, tanta informação, tanta falta de postura e coerência que andei analisando que o fato de sermos umbandistas não nos isenta dos valores éticos e morais de uma sociedade que hoje vive um grande conflito entre doutrinas religiosas e filosóficas, onde pessoas perdidas, com pouca bagagem cultural e formação convencional se perdem iludidas e mal orientadas por pseudo sacerdotes em busca dos mais escusos objetivos.
Religião hoje é sinônimo de poder. Poder do sacerdote sobre seus seguidores, poder do dinheiro e da prosperidade a qualquer custo acima dos valores do progresso moral e espiritual. Muitos sacerdotes se esquecem da missão de PASTORES, ou seja, conduzir seus seguidores ou discípulos nos caminhos da espiritualidade, orientando, apresentando, ensinando e principalmente colocando a FÉ e o AMOR acima de qualquer coisa.
Nas religiões em geral isso acontece e na UMBANDA não é diferente. Acredito que seja ainda mais grave pois os filhos de umbanda através de sua mediunidade atuando como instrumentos da caridade divina poderão colocar tudo a perder se não forem devidamente orientados por seus sacerdotes e não tiverem bastante desenvolvidos antes de suas faculdades mediúnicas, os seus valores morais e éticos.
Não pretendemos que os médiuns se tornem santos ou candidatos a tal, porém hoje a coisa está muito solta e tudo é permitido a partir da chancela da espiritualidade. Mas a pergunta que não cala é: SERÁ QUE ELES PERMITEM TUDO QUE VEM ACONTECENDO?
É preciso que sejam estabelecidos os valores que definirão a ÉTICA UMBANDISTA.
Esse é um assunto que deveria ser debatido dentro das casas sérias de Umbanda e muitos relatos de assistidos decepcionados e desencantados serviriam de subsídio para essa reflexão.
Na prática como deveríamos agir diante de um assistido que busca numa casa espiritual de umbanda auxilio e aconselhamento para seu relacionamento amoroso e sai com uma receita de amarração?
Como agir diante de um guia que ao invés de aconselhar um assistido, de transmitir uma mensagem de otimismo e paz atua assustando, amedrontando, ameaçando, exigindo oferendas, pagamento de trabalhos e outras formas de coação?
Como agir diante de sacerdotes que amedrontam médiuns que resolvem deixar a casa prendendo louças e pertences do médium?
São questões que muito me preocupam e que gostaria de dividir com os amigos e irmãos.
Pai Alex D'Oxalá
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