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Pai Alex D'Oxalá

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Notícias

Quizz Umbanda - Responda o nosso teste - veja as regras da Brincadeira

31-03-2011 15:37
  Irmão Umbandista não deixe de responder o nosso Quizz Umbanda, nos envie as respostas através do Link "envie sugestões e comentários", ou através do e-mail: aldeiapenabranca@gmail.com. Todas as respostas serão corrigidas pelo Pai Alex D'Oxalá! Os irmãos que acertarem serão presenteados...

Quem espera sempre alcança - Desenvolvimento Mediunico

16-03-2011 19:56
  Quem espera sempre alcança - Desenvolvimento Mediunico   A pressa é inimiga da compreensão É impressionante a pressa que alguns médiuns iniciantes tem, em mal entrar em um Terreiro de Umbanda, e já "sair incorporando". Entendemos a pressa do médium em "começar a fazer caridade", mas...

Como funcionam os Chakras?

16-03-2011 19:36
Chakras   De acordo com a filosofia Hindu, o ser humano tem 3 corpos espirituais:  - Perispirito - Duplo etérico – corpo semi-material e semi-espiritual - Corpo físico     A palavra Chakra vem do sânscrito e significa roda, disco, centro ou plexo. Nesta forma eles são...

Ervas

23-02-2011 17:06
  Estudo sobre ervas               Na Umbanda e no Candomblé usam-se os banhos e amacis, para se firmar as energias dos médiuns. Até mesmo em culturas antigas se usavam além de incensos muitas essências especiais. Até mesmo nos...

Umbanda uma religião includente e democrática

09-02-2011 16:17
Umbanda, uma religião includente e democrática.   Como explicaríamos a nossa religião de uma forma simples e educativa?   Principalmente nós que somos tão seriamente perseguidos pelo preconceito e por equívocos de algumas correntes que nos confundem com feiticeiros e/ou praticantes de...

Site aberto ao público

04-01-2011 17:58
É com muito orgulho que a nossa página de Internet foi lançada hoje. Através dela pretendemos divulgar a nossa querida Umbanda, e levar até os nossos irmãos, informações sobre nosso trabalho e sobre a nossa religião. Postaremos Artigos, trabalhos de pesquisa dos médiuns e apostilas. Contamos com...
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UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS

17-12-2013 16:35

UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS - Inédito, do livro “Um pedaço de chuva no bolso” - José Geraldo Neres.

UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS

 

Sou os pés descalços a perambular Palmares. A molhar a terra com o suor: as lágrimas são bichos incansáveis, e não servem para plantação. Os pés dançam, dançam a construir o abrigo de minha liberdade. Sou o velho a olhar dois machados: igual corte e peso. A infância pula de um galho para outro: não conhece distância, nasce livre numa palhoça, conhece as histórias antigas que o oceano engole. Tenho as mãos pequenas, e a uma pedreira a crescer nos olhos. Ganho um arco do velho índio a procurar o lugar onde a paz mora. E quatorze flechas banhadas nas águas da cachoeira, untadas com guiné, arruda, alecrim, e sal grosso. Antes de sair, recebo as benções daquela que me trouxe: hoje escuto pela primeira vez a sua voz. Nos meus ouvidos ela diz um nome: esse é aquele que ninguém mais sabe, nele reside o tempo passado, o presente, e aquele que ainda estar por nascer. Não caminhe para tão longe: essa é a segunda vez que escuto a sua voz. Pés descalços, neles: a história que ficou deste lado do oceano. Sinto pela terceira vez a voz daquela que me deu a vida: ela se desfaz na terra molhada. 

 

No sangue tenho um quilombo, o mestiço, o caboclo, a cerâmica quebrada, o chocalho, o ferro, a palha, a cabaça, a lança: eles fluem por cada parte do corpo, aquele que não se diz o nome. Sou o machado, e a folha da erva: um lado cura o outro: ninguém apaga. A promessa escrita na areia: o vento não consegue juntar as palavras. Inclino o corpo, dobro os pés, os joelhos no chão, a cabeça toca três vezes: primeiro ao centro, à direita, e à esquerda: meus ancestrais sorriem em meus caminhos. Quando nas águas, peço em silêncio, também sou água, e nela me renovo: três vezes. 

 

A vida carrega no ventre meus irmãos, no corpo: tinta de guerra, e as marcas do açoite. A morte não tem olhos, e pés rápidos: o berimbau suas mãos não tocam. Capoeira, maculelê, e samba de roda: ela mantém distância. Traz nos bolsos folhas de mamona, o tempo daqueles que não podem ser cicatrizados, antes que fios se rompam. 

 

Na pedreira estão os machados. Quarta-feira, nas mãos ela tem pedras de raio, e eu tenho pedra de fogo, mas tenho meus pés descalços. O asfalto quente, outro navio, o barro permanece: não peço sangue, sinto o cheiro do tabaco, e o som dos atabaques: Zambi me trouxe. Zambi vai me levar.

 

Inédito, do livro “Um pedaço de chuva no bolso” - José Geraldo Neres.