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Notícias

EGUM X KIUMBA

27-01-2014 00:09
                                 

MÉDIUM FOLGADO....

27-01-2014 00:06
 

UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS

17-12-2013 16:35
UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS - Inédito, do livro “Um pedaço de chuva no bolso” - José Geraldo Neres. UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS   Sou os pés descalços a perambular Palmares. A molhar a terra com o suor: as lágrimas são bichos incansáveis, e não servem para plantação. Os pés dançam,...

Sinopse do Livro Deuses de Dois Mundos - O Livro do Silêncio

17-12-2013 16:26
Sinopse - Deuses de dois mundos - O livro do silêncio - PJ Pereira Na África ancestral, Orunmilá, o maior adivinho de todos os tempos, não entende por que seus instrumentos se calaram. Nos dias atuais, um jovem jornalista se aventura pelas ruas de São Paulo, tentando fugir de uma missão que não...

Feliz Natal e 2014 que venha cheio de Axé!

08-12-2013 10:04
    Irmãos e amigos da Aldeia Temos muito a agradecer. Nosso ano de 2013 foi um ano de muitas provações, de muita luta e de muitas vitórias. Por isso nossa mensagem de fim de ano não poderia deixar de ser uma prece. Pai da criação, Deus de bondade e luz que tudo clareia; Nesse momento me...

SOU MÉDIUM UMBANDISTA COM MUITO ORGULHO

03-12-2013 20:17
  Sou igual a você, a gente acorda e dorme, Chora e sorri,  Briga e namora, Anda de bicicleta e faz amor, Se joga na vida e espera o melhor que ela possa nos dar,  Acreditamos em DEUS, em JESUS e em nossos guias e ORIXÁS, E sabemos que DEUS nos ama, como ama você também, pois ele...

SE VOCÊ É MÉDIUM...

03-12-2013 20:11
    Se você é um médium... Se você é um médium que, ao terminar os trabalhos, sente uma alegria enorme não se importando se trabalhou incorporado ou se “apenas” ajudou na organização da casa. Se você sente-se honrado por ter a oportunidade de sentir a presença dos maravilhosos Pretos...

ÉTICA UMBANDISTA NA INTERNET

03-12-2013 19:56
          A internet definitivamente é um veículo de alcance incomensurável e sendo usado da forma correta trará uma grande contribuição a promoção e conscientização dos seguidores de Umbanda. Porém infelizmente são tantos os canais, tanta informação, tanta...

DESPACHOS OFERENDAS E A LIMPEZA DO ESPAÇO PUBLICO. LIXO NO LIXO

29-10-2013 23:00
                    DESPAÇHOS, OFERENDAS E A LIMPEZA DO ESPAÇO PÚBLICO         É uma prática das religiões afro brasileiras a entrega de Oferendas e a Realização de Despachos. O significado das duas coisas é bem diferente e a...

Exu Caveira

29-10-2013 22:58
O mistério EXU CAVEIRA Muito já se ouviu falar sobre esse poderoso guardião, mas sempre todos os textos que se referem a ele vêm recobertos de muita mística e pouco significado. Muitos são os médiuns que ainda sentem estranheza e medo dessa manifestação quando ela deveria ser acompanhada do...
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UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS

17-12-2013 16:35

UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS - Inédito, do livro “Um pedaço de chuva no bolso” - José Geraldo Neres.

UM OCEANO SEPARA MEUS BRAÇOS

 

Sou os pés descalços a perambular Palmares. A molhar a terra com o suor: as lágrimas são bichos incansáveis, e não servem para plantação. Os pés dançam, dançam a construir o abrigo de minha liberdade. Sou o velho a olhar dois machados: igual corte e peso. A infância pula de um galho para outro: não conhece distância, nasce livre numa palhoça, conhece as histórias antigas que o oceano engole. Tenho as mãos pequenas, e a uma pedreira a crescer nos olhos. Ganho um arco do velho índio a procurar o lugar onde a paz mora. E quatorze flechas banhadas nas águas da cachoeira, untadas com guiné, arruda, alecrim, e sal grosso. Antes de sair, recebo as benções daquela que me trouxe: hoje escuto pela primeira vez a sua voz. Nos meus ouvidos ela diz um nome: esse é aquele que ninguém mais sabe, nele reside o tempo passado, o presente, e aquele que ainda estar por nascer. Não caminhe para tão longe: essa é a segunda vez que escuto a sua voz. Pés descalços, neles: a história que ficou deste lado do oceano. Sinto pela terceira vez a voz daquela que me deu a vida: ela se desfaz na terra molhada. 

 

No sangue tenho um quilombo, o mestiço, o caboclo, a cerâmica quebrada, o chocalho, o ferro, a palha, a cabaça, a lança: eles fluem por cada parte do corpo, aquele que não se diz o nome. Sou o machado, e a folha da erva: um lado cura o outro: ninguém apaga. A promessa escrita na areia: o vento não consegue juntar as palavras. Inclino o corpo, dobro os pés, os joelhos no chão, a cabeça toca três vezes: primeiro ao centro, à direita, e à esquerda: meus ancestrais sorriem em meus caminhos. Quando nas águas, peço em silêncio, também sou água, e nela me renovo: três vezes. 

 

A vida carrega no ventre meus irmãos, no corpo: tinta de guerra, e as marcas do açoite. A morte não tem olhos, e pés rápidos: o berimbau suas mãos não tocam. Capoeira, maculelê, e samba de roda: ela mantém distância. Traz nos bolsos folhas de mamona, o tempo daqueles que não podem ser cicatrizados, antes que fios se rompam. 

 

Na pedreira estão os machados. Quarta-feira, nas mãos ela tem pedras de raio, e eu tenho pedra de fogo, mas tenho meus pés descalços. O asfalto quente, outro navio, o barro permanece: não peço sangue, sinto o cheiro do tabaco, e o som dos atabaques: Zambi me trouxe. Zambi vai me levar.

 

Inédito, do livro “Um pedaço de chuva no bolso” - José Geraldo Neres.